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testimonios de la pandemia

Construímos a exposição sobre a América Latina na UFV no contexto da pandemia da Covid-19, logo depois que fomos afetados por ela em diversas áreas da vida. Não podíamos deixar de considerar que a América Latina sofreu fortes impactos causados pela pandemia. Tornou-se o epicentro da doença em 2020, atingindo, até o momento, a triste marca de mais de 60 milhões de casos e mais de um milhão e meio de vidas ceifadas. Segundo uma pesquisa realizada pelo Banco Mundial e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), no ano de 2021, as taxas de desemprego e pobreza aumentaram drasticamente em relação às taxas que se apresentavam no período anterior à pandemia. Ainda assim, a América Latina vem mostrando, até agora, resultados positivos em relação ao número de indivíduos vacinados, o que nos leva a imaginar um futuro melhor. Apresentamos aqui nossos testemunhos que foram escritos em dois momentos de contextos distintos da pandemia. O primeiro momento foi escrito, entre maio e junho, de 2021, quando ainda não era possível estimar um período de melhora em relação à pandemia, e o outro, entre janeiro e fevereiro, de 2022,  onde se vivia um período de melhoras visíveis em relação ao enfrentamento da doença graças às possibilidades de vacinação.  Compartilhamos os nossos testemunhos  sobre como sentimos e pensamos imersos nesse período terrivelmente desafiador.

Construimos la exposición sobre América Latina en la UFV en el contexto de la pandemia de la Covid-19, justo después de que nos afectara en varios ámbitos de la vida. No podíamos dejar de considerar que América Latina sufrió fuertes impactos provocados por la pandemia. Se volvió el epicentro de la enfermedad en 2020, alcanzando hasta el momento la triste marca de más de 60 millones de casos y más de un millón y medio de vidas arrebatadas. Según una encuesta realizada por el Banco Mundial y el Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo (PNUD), en el año 2021 las tasas de desempleo y pobreza aumentaron drásticamente en comparación con las tasas que se presentaban en el periodo anterior a la pandemia. Aun así, América Latina ha mostrado hasta ahora resultados positivos en cuanto al número de personas vacunadas, lo que nos lleva a imaginar un futuro mejor. Aquí presentamos nuestros testimonios que fueron escritos en dos contextos diferentes de la pandemia. El primer momento se escribió, entre mayo y junio de 2021, cuando aún no era posible estimar un período de mejora en relación con la pandemia, y el otro, entre enero y febrero de 2022, cuando hubo un período de mejora visible con relación a la lucha contra la enfermedad gracias a las posibilidades de vacunación. Compartimos nuestros testimonios sobre cómo nos sentimos y pensamos inmersos en este período terriblemente desafiante.

Não quero falar que a pandemia tenha sido boa pra algo, mas algumas coisas ficaram bem evidentes depois que ela começou. Uma dessas coisas é que não podemos confiar na ordem natural das coisas, e que nem sempre podemos contar com a colaboração de todas pessoas, e a principal delas, eu acho que é a certeza de que o ser humano não consegue ficar sozinho. As dificuldades na pandemia não foram poucas, e conseguir construir uma pesquisa e esse trabalho que a gente vem desenvolvendo foi muito importante para que eu conseguisse colocar mais o pé no chão. Acho que o trabalho em equipe que a gente está fazendo está sendo ótimo. Temos no meio de uma pandemia, a oportunidade de conversar com pessoas de outros países e ao mesmo tempo pensar coletivamente o que vivemos na América Latina.

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Cindy Ketley Santos Guinsberg Porto
3 de maio de 2021

Para mim o projeto teve várias frentes, e consequentemente por conta da pandemia. Inicialmente, me sentia mais tranquila e então conseguia ser muito sensível e animada devido às oportunidades de lidar com tantas pessoas diferentes e com as quais eu me identifiquei tanto. Foram momentos incríveis de escuta atenta em que chego a lembrar de sentimentos especiais e que me senti bastante tocada. Por outro lado, houveram problemas desse tempo pandêmico que fez com que eu me sentisse um pouco desconectada do projeto, e principalmente pela comunicação remota que já traz essa condição de afastamento, sinto que perdi um pouco com isso... Porém, acho que me fez despertar um outro lado interior, que eu queria aprimorar já há um tempo, sobre a arte por exemplo, e a questão estética, que me atrai bastante... O projeto teve várias fases porque hoje eu percebo como além de ser algo científico, a fim de agregar a minha formação acadêmica, a gente pôde experimentar o lado mais humano de lidar com o outro, de se articular e de pensar em todas nossas limitações e dificuldades. Ainda que tivessem momentos desanimadores, acredito que nosso objetivo e vontades de fazer acontecer uma história dos latinos americanes, está se concretizando e melhor ainda, sendo a partir de vários representantes dessa história. E acredito também que a paciência seja um ponto muito importante porque ainda que queiramos bastante, devido a pandemia estamos em certa medida, em desarmonia, uns lidando com mais problemas que os outros, ou não... Mas as realidades intensamente diferentes e problemas diferentes, com certeza afetou o grupo, contudo, permanecemos a caminhar e construir um lindo projeto!

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Nicolle Sthefane de Oliveira Lima
4 de maio de 2021

Então, espero que todos estejam bem dentro das possibilidades, porque atualmente é o que dá pra fazer. Até agora a pandemia causou situações que me fizeram viver uma constante alternância de sentimentos, felizmente eu e minha família pegamos covid depois de duas ou três doses da vacina. Trabalhei a pandemia quase toda, enquanto muita gente perdia emprego ou renda, consegui me organizar um pouco financeiramente, mas trabalhar 16h/7dias por semana me impossibilitou de dar conta das disciplinas que tentei me matricular, não cumpri com várias datas e compromissos, também perdi reuniões do projeto por incompatibilidade de horário ou exaustão. Fiz terapia por um bom período durante essa pandemia, tive de parar por ter que trocar de emprego. A qualidade da internet na minha cidade é péssima, a energia elétrica cai regularmente sem aviso prévio e isso dificulta algumas ações por termos de fazer tudo de forma virtual. Bom, para prezar minha sanidade mental eu fiquei um bom tempo afastado de todas as notícias, mesmo sabendo que isso pode refletir diretamente numa visão historiográfica num futuro, distante ou não. Esse grupo e esse projeto são umas das poucas coisas que me mantiveram ativo academicamente durante esse período todo, conheci outras realidades e fiquei apaixonado pela América Latina. Uma coisa que acho muito importante de dizer neste final é que não tem problema nenhum em afastar um pouco das coisas pra poder respirar, às vezes a gente precisa de uma distância e de um pouco de ar puro na mente pra seguir em frente. Recuperei uma rotina diária de leitura e pude apreciar uma cachoeira quase vazia que fica no “quintal da minha casa”, pequenos alívios da vida adulta. Agradeço a todos que colaboraram com este projeto, principalmente porque vocês colaboraram com a minha saúde mental também, mesmo com todo cansaço e toda correria que também fez parte deste trabalho. Novamente, espero que todos estejam bem dentro da possibilidade de cada um.  

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Davi de Andrade Lima
28 de janeiro de 2022

A experiência que tenho vivido em nosso Projeto de Extensão, desde o grupo de estudos, neste momento em que temos que pensar em outras formas de interação e reinventar o contato com o outro, tem me levado constantemente a ressignificar os nossos instrumentos e os lugares. Lugares na nossa América Latina que se distanciam não só territorialmente, mas simbolicamente, e da mesma forma, se aproximam. Pensar na minha experiência no Projeto de Extensão me leva para diversos momentos, me lembra de diversos rostos, vozes, referências... E me voltar para isso me faz perceber que foram diversos os significados que eu atribuí ao projeto, foram diversas as minhas posições diante do grupo, foram diversas as sensações, e em meio a tudo isso eu posso ver o que aprendi com cada um de vocês, com os estudantes latino-americanes, e aprendi muito sobre mim também. Nosso projeto só faz sentido porque está sendo pensado com respeito a todos os integrantes e aos latino-americanes, porque todos, de maneiras distintas, estão enfrentando muitas barreiras. Barreiras muito difíceis ou impossíveis de serem transpostas, e nós, como historiadores e professores em formação, temos que refletir incansavelmente sobre estas barreiras e agir sobre elas. E é gratificante compor este projeto porque é isto que viemos e vimos tentando fazer!

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Giovanna Martins da Silva
2 de junho de 2021

Eu acho que a pandemia impôs uma rotina que seria totalmente diferente de uma dinâmica presencial de entrevistas públicas, por um lado, acho que perdemos muito em alguns sentidos, por ex.: não pudemos observar a linguagem corporal dos entrevistados, nem pegar esses detalhes que se perdem no online, também acho que teríamos uma coesão maior como grupo no caso do contato presencial. Por outro lado,  acho que o online facilitou muito a realização das entrevistas públicas, por ser prática de encaixar na rotina dos entrevistados (não envolveu deslocamentos, por exemplo), pensando que muitos já não estavam no Brasil tbm, não sei se teríamos conseguido entrevistas públicas com tantas pessoas fora do formato remoto. Há também a questão da pandemia ter afetado todo mundo em vários sentidos, acho que isso impactou também nossa organização e as próprias falas dos entrevistados. Acho que seria muito bom a gente conseguir fazer a festa após a pandemia com todos eles, como já foi levantado, reunindo todo mundo no presencial, mas também não sei a viabilidade.

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Priyanka Freire Dhingra
3 de maio de 2021

O projeto trouxe para nós diversos desafios para pensar as questões da América Latina, o que devido a pandemia se tornou ainda mais desafiador. Muitos questionamentos e preocupações para se fazer um trabalho sério e que se transformasse em algo que nos traria orgulho ao final. No momento em que escrevo estamos caminho para a reta final e podemos ver com mais clareza os frutos de todo trabalho desenvolvido ao longo desses meses, as dúvidas e desafios enfrentados ficam mais claros à medida em que vamos organizando tudo aquilo que coletamos. A pandemia foi um desafio para todos nós tanto nas questões acadêmicas como em nossas vida pessoal mas acredito que o grupo que desenvolveu esse projeto conseguiu superar muitas dificuldades impostas por ela para fazer nossa exposição acontecer, houveram momentos de desânimo por parte de todos mas que no fim sempre foram superados. Mesmo com todas dificuldades que enfrento no momento em me manter presente nos encontros, nas conversas, sinto também acolhimento e paciência por parte dos colegas. Por fim, o ponto mais importante dessa participação pra mim foi poder ouvir pessoas de diferentes lugares da América Latina em diferentes momentos e poder aprender um pouco mais com cada uma delas, foi de grande importância para uma mudança de percepção.

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Isabela Barçante Santana
22 fevereiro de 2022

A maior questão é, por onde começar falando da pandemia?! Em tempos tão remotos, vivemos um dia após o outro, incertezas, ansiedade e estresse, todo esse combo nos transporta no trilho do cotidiano. Aprender a viver distante, reformular toda uma rotina, estabelecer horários para não cair em um limbo de procrastinação pela falta de estímulos, tudo isso faz parte dessa fase de mudanças bruscas... Psicologicamente, creio que ninguém está realmente bem, pois naturalizar tudo que está acontecendo é negar a própria realidade. Como seres humanos, nos adaptamos a esse presente de distintas maneiras e, com o passar do tempo, as dinâmicas foram se tornando mais orgânicas... Pra mim, o conhecimento histórico passou a exigir mais tempo de compreensão, mas também fez com que participasse mais das aulas/reuniões. O projeto em si, está sendo algo que está me deixando mais sensível aos assuntos e causas relacionados a América Latina, as conversas por serem online, proporcionaram de certa forma um volume maior de estudantes latino-americanes por ser mais fácil de reunir, em contraponto, perdemos no quesito que só a proximidade pode oferecer (gestos, olhares, reações, emoções etc.) ..., no conjunto, está sendo ótimo o trabalho coletivo e as visões que divergem e se encontram… Estou me dedicando a pensar como a história oficial aparece nos documentos do Arquivo Histórico, e a forma como a memória oficial seleciona seus protagonistas que dividem o mesmo espaço que nós, a UFV! E por último, operar o arquivo digital foi desafiador, pois, a primeiro momento, me sentia perdido em meio a tantos documentos distintos e, com o tempo, fui conhecendo as limitações do site e construímos em conjunto um norte, ou algo que faça sentido para nossa exposição.

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Mateus Reis Rocha
4 de maio de 2021

A pandemia da covid-19 está sendo tão difícil pra todos nós não é? E para mim muitas vezes nossos momentos juntos, as entrevistas públicas funcionam como escape e ofereceram uma visão de futuro - só pelo fato de estarmos construindo algo nesse contexto, planejando uma exposição, e uma festa já é um indício disso. Acho que podemos ser sensíveis a isso na exposição evidenciando isso, lembrando das dificuldades de manter as atividades em formato online, e também das perdas que tivemos nesse meio tempo (tanto nós grupo, como os estudantes latino-americanos). Pelo menos pra mim, o projeto funcionou muito como uma maneira de manter o foco, e poder trocar experiência com outras pessoas sobre a pandemia foi importante, pois muitas vezes me identifiquei com as palavras dos nossos colegas, o que me trouxe grande alívio espiritual. Me lembro que perguntamos sobre isso em algumas entrevistas públicas, e talvez poderíamos levantar a ideia da pandemia na América Latina na seção em que falaremos de como desenvolvemos nosso trabalho. 

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Virginnya Faltz Louzada
3 de maio de 2021

Fazer parte do projeto durante a pandemia foi um desafio imenso para mim. Essa foi a minha primeira experiência trabalhando com um grupo tão diversificado de pessoas. Além dos desafios impostos pelo isolamento, também enfrentei muitas questões colocadas principalmente pela timidez. Diante do cenário que estamos vivendo desde o final de 2019, ainda sem conhecer direito o vírus que estávamos lidando, sem vacinas, com um cenário catastrófico de crises sanitárias e de saúde, nos foi imposto a necessidade de nos adaptarmos e adaptarmos às nossas atividades cotidianas. Houve a necessidade de que as conexões de pessoas fossem feitas majoritariamente pela internet, por ser o mais adequado no momento tão crítico. Enquanto projeto, foi imposto a nós a necessidade de nos reinventarmos para conseguirmos trabalhar em equipe. Acredito que isso foi feito! Ver o projeto tomando forma foi muito importante para todos nós. Por diversas vezes me senti desconectada com com o grupo por ter enfrentados vários problemas internos ocasionados pelo contexto vivido, mas sei que cada um deu o melhor de si nas condições que tinham. Antes do projeto começar, o grupo de estudo sobre a América Latina foi uma válvula de escape para mim diante desse contexto. Continuar estudando e fazendo as minhas pesquisas foram importantes para que conseguisse me manter emocionalmente equilibrada (mesmo tendo perdido o controle algumas vezes…). Vi a oportunidade de participar do projeto como uma chance de me aprofundar naquilo que eu gostava no momento: Estudar sobre a História da América Latina. Graças a esse grupo pude pude conhecer e ouvir pessoas de diferentes países latinos, com experiências tão próprias e tão ricas,  que por diversas vezes desconstruí estereótipos que eu carregava a respeito de outros países latinos.

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Maria Izabel Oliveira Sousa
26 de janeiro de 2022

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